Estudo da CNM (Confederação Nacional de Municípios) aponta que 15 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) têm problemas de saúde pública, assistência social e segurança por causa do consumo de crack. Dos 19 municípios, 14 consideraram o consumo da droga médio ou alto, e quatro - Campinas, Hortolândia, Paulínia e Vinhedo - não responderam aos questionamentos da CNM. Nova Odessa foi a única cidade que informou ter índice de consumo classificado como baixo. Sete cidades - Americana, Artur Nogueira, Cosmópolis, Itatiba, Jaguariúna, Sumaré e Valinhos classificaram o consumo nos municípios como alto. Engenheiro Coelho, Holambra, Indaiatuba, Monte Mor, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste e Santo Antônio de Posse informaram que há consumo médio.
A Assessoria de Imprensa da CNM informou que deu liberdade para cada cidade classificar os próprios problemas, respondendo a perguntas sobre as áreas da saúde, segurança, assistência social e políticas de prevenção.
O secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, disse que não havia chegado ao seu conhecimento o questionário da CNM, mas informou que a cidade possui programas de prevenção e tratamento contra o crack. QUAIS ? ONDE ?
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, afirmou que o caso se agrava nas escolas municipais, pois não há policiamento nas periferias e existem casos sérios de violência. “Não há prevenção e nem tratamento e não temos plano de enfrentamento para isso. Os municípios estão assumindo toda essa responsabilidade. Isso recai na prefeitura. Eu não sei onde vamos parar com essa realidade. Vamos enviar o estudo para a União, para o Congresso Nacional e para cada parlamentar”, anuncia Ziulkoski.
PREVENÇÃO
O advogado e presidente da ONG (Organização Não-Governamental) Sou Feliz Sem Drogas, Nelson Hossri Neto, disse que a prevenção é falha na RMC. “Temos que tratar quem já está viciado, mas a prevenção é necessária. O poder público fornece pouca prevenção, e para não ter novos dependentes, é necessário o foco nisso”, comentou.
Em Jaguariúna, de acordo com o secretário de Comunicação, Edinho Baffi, há o programa Expressão Jovem, que promove palestras preventivas, e para quem tem o problema na família, o viciado é encaminhado ao tratamento, enquanto os parentes têm acompanhamento psicológico.
A Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Engenheiro Coelho informou que não existe um tratamento específico, mas que a pessoa que tiver problemas com drogas deve procurar o Cras (Centro de Referência e Assistência Social).
As outras cidades foram procuradas, por meio de telefones celulares e fixos de assessoria de imprensa, entre as 19h10 e 20h20, mas a reportagem não conseguiu contato.
VERBAS
O Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas aprovou, em outubro, a criação de um projeto que prevê a criação do Grupo Intersetorial de Políticas Públicas de Combate às Drogas. A proposta prevê utilização de verba do Fundocamp (Fundo de Desenvolvimento Metropolitano de Campinas) para orientar o desenvolvimento das ações de combate às drogas.